Anos passados a sonhar com a tua presença ao meu lado.
O desejo de te ter todas as noites, os nossos corpos enrolados nos lençóis com a tua pele a tocar na minha, os teus beijos e o teu abraço…aquele teu abraço que me fazia sentir a mulher mais feliz do mundo.
As tuas mãos a deslizar pelo meu corpo, a maneira como sempre me acariciaste, a maneira como me amaste, e o teu cheiro, aquele que me deixava louca por te ter sempre comigo, constantemente…
A nossa casa, o nosso espaço, o nosso filho…adorava quando colocavas a cabeça a ouvi-lo e ficavas horas e horas estático comigo, connosco.
Desastres ocorrem sempre mas connosco? Em que pensaste quando começaste a beber?
O teu cheiro nauseabundo provocava-me vómitos, e a dor que me fazias sentir por cada bofetada que me davas tornou-se insuportável…
Chegavas a casa e já não vinhas deitar-te carinhosamente a meu lado, chegavas e insultavas-me constantemente, ofendias-me como se fosse uma vadia, abordavas-me como se fosse uma delas, duro e cru.
Quem és tu? Arrastavas-me pelos cabelos, os pontapés que me davas desenfreadamente, como se quisesses matar o teu filho, as noites em que não me deixaste dormir por obrigatoriamente ter de satisfazer os teus prazeres, por ter de ser o teu saco de pancada e ser submissa a ti…
Assassino! Matas quem mais te iria amar…
Quando acordei para viver já era tarde…fugi pisada, cortada, marcada por uma vida de agressão que me fez perder o bebé que trazia no ventre…o único pequenino ser que algum dia amei…
Não te perdoo…
Sem comentários:
Enviar um comentário